“Negocia, Dilma!”

Por Pedro Pomar – Para o blog Escrevinhador – A decisão do governo federal de endurecer com os funcionários públicos em greve, e abandonar a mesa de negociações, simulando conversas pontuais com uma ou outra categoria, é desastrosa qualquer que seja o desfecho da queda de braços. A assinatura de um “acordo” entre o governo e o Proifes, sindicato chapa-branca de professores federais cuja representatividade é ínfima, foi um episódio grave e deplorável de encenação. A esmagadora maioria dos docentes, representada pelo Andes-Sindicato Nacional, continua em greve no momento em que escrevo.

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Educação é a saída, mas professor é visto como entrave

Blog do Leonardo Sakamoto – “Vagabundo que faz greve deveria ser demitido.” Ouvi essa frase algumas vezes nos últimos dias, com algumas variações, por conta da greve dos professores das universidades federais. Sendo que as piores versões são aquelas proferidas por inflamados comentaristas da internet e por indignados gestores públicos, não por sua virulência, mas pelo cinismo que carregam. E, é claro, ela nunca vem sozinha: passeata que atrapalha o trânsito? Cacete neles! Protesto em praça pública? Cacete neles! Onde já se viu? Essas pessoas têm que saber seu lugar. Continuar lendo

Senadores apoiam reabertura de negociação do governo com docentes em greve

Em uma reunião com mais de 80 docentes, representando todos os estados brasileiros, os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Cristovam Buarque (PDT-DF) se comprometeram a cobrar do governo federal a reabertura de negociações com os docentes federais em greve. A paralisação completa três meses nesta sexta (17). Continuar lendo

Greves: FHC e mídia apoiam Dilma

Por Altamiro Borges – A intransigência e a inabilidade do governo Dilma no trato das greves no setor público têm produzido cenas inusitadas. Cinco centrais sindicais que apoiaram a sua eleição divulgaram nesta semana nota criticando o “autoritarismo” do Palácio do Planalto e exigindo seriedade nas negociações com os grevistas. No outro extremo, todos os jornalões publicaram editoriais elogiando o comportamento “duro” do governo. Para piorar, o ex-presidente FHC, conhecido por sua postura antissindical, resolveu elogiar a presidenta Dilma.

Ontem, diante de uma plateia de empresários num seminário da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), em São Paulo, o grão-tucano saiu em defesa do governo. “A presidente Dilma está num momento de dificuldade financeira e fiscal e muita pressão dos funcionários que se habituaram no governo Lula, que tinha mais folga, a receber aumentos. Ela não tem a mesma condição, então ela enrijeceu. Não vejo como ela pudesse não enrijecer”. Para FHC, Dilma está no rumo certo, “mesmo contrária a posições antigas do PT”.

O veneno do jornal O Globo

No mesmo rumo, os jornalões e as emissoras de televisão retomam o “namorico” com a presidenta. Em editorial intitulado “Dilma faz a opção certa diante dos grevistas”, o jornal O Globo fez ontem rasgados elogios à ação do governo. “Não há dúvida que a presidente Dilma tem assumido a melhor postura diante de um movimento em que se misturam o mais autista do corporativismo da burocracia pública, oportunismo sindical e o interesse de frações mais à esquerda, de dentro e fora do PT, em criar dificuldades para o governo”.

O jornal da famiglia Marinho também aproveita para, mais uma vez, colocar uma cunha entre Dilma e Lula, atiçando a cizânia. “Como é mais do que sabido, os servidores públicos em geral e, em particular, os do Executivo federal, foram uma categoria privilegiada nos oito anos de gestão Lula com generosos reajustes. Lula não apenas contratou muitos funcionários, como os brindou com aumentos bem acima da realidade dos assalariados da iniciativa privada”. Daí o efusivo apoio a Dilma, que não deve ceder aos “privilegiados”!

“Dilma rompe tradição da esquerda”

Os jornais Estadão e Folha, atuando numa só voz, também publicaram artigos com a mesma fúria antissindical e de entusiástico apoio ao “enrijecimento” do atual governo. Já o editorial do Valor, mais dedicado à nata empresarial, preferiu teorizar sobre os efeitos desta mudança de postura. “Dilma rompe tradição da esquerda ao enfrentar greve”, opinou na segunda-feira (13). O jornal até lembra que, durante o governo Lula, também houve estremecimento na relação com o sindicalismo quando da aprovação da reforma da Previdência.

Mas, malicioso, o Valor afirma que a crise do chamado “mensalão petista” obrigou o ex-presidente a retomar a sua origem, dobrando-se à pressão sindical. O fato novo, segundo o editorial, é que agora a presidenta Dilma decidiu romper com esta tradição. O jornal elogia o decreto 7.777, baixado há duas semanas, que autoriza o governo a assinar convênios com Estados e municípios para substituir os servidores em greve. “Trata-se de uma medida dura, ousada, de quem está disposto a ir ao limite no enfrentamento das greves”.

Corrosão da base de apoio

Os elogios do escorpião FHC e o “namorico” da mídia deveriam servir para indicar que o atual governo está indo na direção errada no trato das greves dos servidores públicos. A falta de diálogo e a inabilidade crônica dos tecnocratas do Palácio do Planalto têm apenas ampliado e radicalizado às greves – que já duram três meses nas universidades e dois meses em mais de 30 categorias do setor público. Aos poucos, a sociedade já começa a sentir os efeitos das paralisações em áreas nevrálgicas, o que prova a importância dos servidores.

Ao invés de seguir os péssimos conselhos dos neoliberais, que pregam mais austeridade fiscal e enrijecimento diante do sindicalismo, a presidenta Dilma deveria se lembrar dos seus compromissos de campanha e das suas alianças prioritárias. Do contrário, ela sofrerá desgastes e causará a corrosão da sua base de apoio – para a alegria dos mesmos oportunistas que agora a elogiam.

Servidores da Capes deflagram greve e do CNPq devem parar na terça (14)

Os servidores da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) deflagraram greve nesta segunda-feira (13). A associação que representa a categoria, AsCapes, informou que “a postura intransigente do Governo força os servidores da Carreira de Ciência e Tecnologia a se mobilizarem para uma greve geral da categoria”. Continuar lendo

Docentes da Unifesp realizam nova assembleia reivindicando reabertura das negociações

Os docentes da Unifesp voltam a se reunir nesta terça-feira (14), às 11 horas, para debater os próximos passos da greve da categoria. Os professores reivindicam a reabertura das negociações,  interrompidas unilateralmente pelo governo federal, após assinar um acordo com uma entidade que não tem representatividade junto a categoria, o Proifes. A plenária acontece no Anfiteatro A, do campus São Paulo da Unifesp (Rua Botucatu, 740, subsolo). Continuar lendo

É a educação, ministro Carvalho!

por Muniz Sodré, em CartaCapital (11 de agosto de 2012) – Greve de professor é mesmo greve? A quem se dispuser a refletir sobre a questão, é aconselhável pesquisar o pragmatismo americano, que atribui grande importância à terminologia como vetor de consolidação ou de mudança ideológica na vida social. Veja-se greve: no contexto semântico do neoliberalismo e na mentalidade seduzida pelo “capitalismo cognitivo”, registra-se uma tendência nada sutil para expurgar da História contemporânea essa palavra. Continuar lendo

Conselho Universitário aprova nova moção em apoio a mobilização dos docentes

A última reunião ordinária do Conselho Universitário da Unifesp, órgão máximo de deliberação da Instituição, aprovou uma nova moção reiterando o apoio a mobilização docente. A categoria está em greve nacionalmente desde o dia 17 de maio e reivindica a reabertura das negociações, encerradas unilateralmente pelo governo federal em 1º de agosto. A moção do Consu, aprovada em plenária realizada no dia 08 de agosto, ainda “apela para a busca de um novo acordo que possibilite o fim da greve”. Amanhã, terça-feira (14), às 11 horas, os docentes da Unifesp se reúnem no Anfiteatro A, do campus São Paulo, para mais uma Assembleia Geral. Confira a íntegra da moção.

MOÇÃO DE APOIO DO CONSELHO UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO – UNIFESP A MOBILIZAÇÃO DOS DOCENTES

O Conselho Universitário da Universidade Federal de São Paulo reunido em sessão ordinária, nesta data, considerando a importância da imediata retomada das atividades universitárias apela para a busca de um novo acordo que possibilite o fim da greve.

São Paulo, 08 de agosto de 2012.

Prof. Dr. Walter Manna Albertoni
Presidente do Conselho Universitário

Assembleia Geral dos Docentes da Unifesp acontece nesta terça (14), às 11 horas

Assembleia Geral dos Docentes da Unifesp
Quando: Terça-feira (14), às 11 horas
Onde: Anfiteatro A, do campus São Paulo da Unifesp (Rua Botucatu, 740, subsolo)
Pauta: Greve
Participe!

Servidores realizarão grande Marcha em Brasília na quarta-feira (15)

A greve dos docentes das instituições federais de ensino continua forte e o momento agora é de pressionar o governo pela reabertura das negociações. Para fortalecer esse movimento, o Comando Nacional de Greve do ANDES-SN (CNG/ANDES-SN) deliberou participar da grande marcha a Brasília na próxima quarta-feira (15) e, também, das mobilizações que serão realizadas esta semana como forma de pressionar o governo. Continuar lendo