Repressão a estudantes na UFMT é destaque em Congresso

Professores devem aprovar moção de repúdio em evento do ANDES-SN

A delegação dos docentes da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) apresentou um vídeo na tarde deste sábado, 9, durante plenária do 32º Congresso do ANDES-SN, em que foi mostrado um vídeo com cenas que mostram a violência cometida pela Polícia Militar (PM) do Mato Grosso contra centenas de estudantes que participavam de uma manifestação por direito à moradia estudantil, na última quarta, 6, na estrada que dá acesso ao campus da UFMT. Os delegados da seção sindical (Adufmat) propuseram uma moção de repúdio por parte dos congressistas ao episódio, que deve ser analisado na noite deste domingo, tendo em vista que há um atraso nas deliberações do 32º Congresso.

A atitude repressiva, que teria sido originada em solicitação da reitoria, causou grande impacto em Cuiabá, com diversas entidades divulgando nota condenando a ação da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam). Os seis estudantes que ficaram feridos no confronto já anunciaram que ingressarão com um processo judicial contra a reitoria que, num primeiro momento, disse que não foi sua responsabilidade o chamado à Rotam, mas que foi desmentida pelo próprio grupo da PM. E vão além, processando também o Estado do Mato Grosso.

Os estudantes não foram os únicos a ser agredidos. A advogada da Adufmat, Ione Ferreira Castro, também foi agredida e presa pela polícia. Ela simplesmente tentava exercer sua função profissional, acompanhando os estudantes presos durante o registro da ocorrência.

Em função da truculência enfrentada pela assessora jurídica, a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) emitiu nota repudiando a truculência policial. A advogada Carla Rocha, que representou a OAB em entrevista à imprensa do Mato Grosso, disse que o caso será denunciado junto à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, para que isso não volte a ocorrer. “De certa forma, inclusive a Ordem foi ferida”.

O Sindicato dos Jornalistas do Mato Grosso também rechaçou veementemente a postura da polícia/Rotam. A entidade lembrou, em nota, que um jornalista que cobria a manifestação só não foi agredido porque na hora em que a polícia iria fazer isso, viu a identificação do repórter. A entidade sindical comparou a truculência empreendida pela PM aos velhos tempos da ditadura militar.

Acompanhe aqui o vídeo sobre o conflito ocorrido no dia 6 de março.

Texto: Fritz R. Nunes
Fonte: Sedufsm – Seção Sindical

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