Plenária “Movimento Docente e Conjuntura” aconteceu na noite do dia 4
O 32º Congresso do ANDES-SN, que ocorre na Cidade Universitária da UFRJ, no Rio de Janeiro, tem se demonstrado um dos maiores dos últimos tempos. Com participação de quase 600 pessoas, entre delegados e observadores, a plenária do Tema 1, ocorrida na noite do dia 4 de março, discutiu “Movimento Docente e Conjuntura”. Foram apresentados 11 textos, cujas colaborações partiram de diversas seções sindicais e da diretoria do Sindicato Nacional.
A presidenta do ANDES-SN, Marinalva Oliveira, defendeu o texto 1 “Conjuntura e Movimento Docente”, da diretoria do Sindicato Nacional. O trabalho avalia tanto a conjuntura internacional quanto a nacional no contexto da crise do capital. Há o entendimento de que existe uma condução subserviente do governo Dilma Rousseff ao mercado, especialmente internacional, o que faz com que os trabalhadores sofram profundos ataques aos direitos conquistados.
No âmbito do movimento docente, a greve e a unidade constituída em 2012 são elementos que podem potencializar as lutas e a organização dos trabalhadores para o ano de 2013. Nesse sentido, Marinalva conclamou os participantes do 32º Congresso a reunirem esforços e mobilizarem as bases para a grande marcha a Brasília, programada para o dia 24 de abril.
Espaço para diferenças
A plenária demonstrou que o ANDES-SN preza a democracia em sua construção. Tanto é assim, que as mais diferentes avaliações sobre a condução da greve e seus resultados foram apontadas. Enquanto alguns grupos, por meio de textos que compõem o Caderno de Textos (e seu Anexo) do 32º Congresso apontavam falhas na direção do movimento grevista docente, diversas outras avaliações davam conta da vitória do ponto de vista organizativo que a greve proporcionou: “Se não fosse assim, não teríamos maioria de novos professores nesse Congresso”, pontuou Marina Barbosa, 1ª secretária do ANDES-SN.
Diversas falas ressaltaram a mobilização construída em 2012 nas Universidades Estaduais, onde os docentes também enfrentaram a dureza dos governos e a criminalização dos movimentos. Cíntia Xavier, 2ª vice-presidente da Regional Sul e docente da Universidade Estadual de Ponta Grossa, lembrou as greves protagonizadas pelos professores em várias IEES do país e contou ainda que a força da mobilização nestas outras instituições e nas Federais pressionou o governo do Paraná a negociar com a categoria. “Nossa greve durou poucos dias, muito pelo fato do governo se sentir intimidado pela pressão do movimento nacional”, comentou.
Construção da CSP-Conlutas
Além da greve de 2012, outro ponto bastante discutido na plenária do Tema 1 disse respeito à construção da CSP-Conlutas como espaço para a luta contra as políticas do capital e retirada de direitos dos trabalhadores. Houve participantes que defenderam o retorno do ANDES-SN à Central Única dos Trabalhadores (CUT) – ideia expressa, inclusive, em textos publicados no Caderno de Textos do 32º Congresso e em seu Anexo –, no entanto, a ampla maioria das intervenções reafirmaram a necessidade do fortalecimento e enraizamento da CSP-Conlutas no cenário nacional.
Texto: Silvana Sá (Adufrj SSind.)
Com edição do ANDES-SN
Fonte: ANDES-SN