Governo cortará ponto de servidores federais em greve, diz Planejamento

Segundo ministério, cada órgão definirá período de corte em razão da greve. Diversos órgãos estão parados; servidores querem garantir reajuste salarial.

Do G1, em Brasília

O governo federal informou nesta sexta-feira (6) que autorizou o desconto dos dias de paralisação de servidores federais de diversos órgãos que estão em greve. A ordem do corte no ponto partiu da Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento.

Segundo a assessoria de imprensa da pasta, cada órgão vai definir o período exato do corte do ponto em razão da paralisação. Ainda conforme a assessoria, o ministério “segue a norma legal” ao autorizar os cortes.

Apesar da decisão de descontar os dias parados, o governo diz que manterá as negociações com os servidores, que tentam garantir reajuste dentro do Orçamento de 2013, que será entregue pelo governo federal ao Congresso até 31 de agosto.

Estão parados servidores de diversos órgãos, como Funasa, Ministério da Saúde, Ministério do Planejamento, Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério da Integração Nacional, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério da Justiça, Fundação Nacional do Índio (Funai) e Ministério da Agricultura. O movimento começou em datas diferentes em cada órgão durante o mês de junho.

Além disso, a greve dos professores das instituições federais de ensino pela reestruturação da carreira docente atinge 95% das instituições, segundo dados do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes). Das 59 universidades, 56 têm professores parados. A greve dos servidores técnicos administrativos atinge todos os institutos federais de ciência e tecnologia em 22 estados, além dos dois centros federais de tecnologia e o Colégio Pedro II.

Esforço Mais cedo, o Planejamento havia informado que negocia com todas as categorias e que tem feito um esforço para verificar o que será possível atender.

Segundo cálculos do próprio ministério, caso as reinvindicações de todas as categorias de todos os poderes fossem atendidas – incluindo aumento salarial e reestruturação de carreiras -, o gasto adicional que o governo teria em sua folha de pagamento seria de R$ 92,2 bilhões, o que equivale a 2% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) do país. Atualmente, a folha de pagamentos custa R$ 190 bilhões, valor que representa 4% do PIB.

Do total de R$ 92,2 bilhões, R$ 60 bilhões seriam destinados a servidores do Poder Executivo Federal e R$ 10 bilhões aos professores de universidades públicas federais. O restante atenderia os demais poderes e o Ministério Público.

‘Maturidade’ Na manhã desta sexta, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse ainda que o governo confia na “maturidade” dos servidores que reivindicam reajustes salariais.

Gilberto Carvalho afirmou que o governo tem muita preocupação com a economia e que é preciso ter “responsabilidade”. Ele conversou com a imprensa ao participar da inauguração de um centro de atendimento à população de rua, em Brasília.

“O governo segue analisando as possibilidades com muita preocupação em relação à economia e confiando na maturidade dos servidores que estão vendo o que está acontecendo no mundo. Todos nós temos que ter um governo de responsabilidade”, afirmou o ministro.

Carvalho disse ainda que a negociação em torno dos reajustes está centralizada no Ministério do Planejamento, cuja titular é Miriam Belchior.

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