Fonte:Folha de S.Paulo, 02 de julho de 2012: http://www1.folha.uol.com.br/saber/1113612-25-de-concursos-para-docentes-em-federais-de-sp-nao-tem-aprovados.shtml
FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO
A estabilidade do emprego e a remuneração para fazer pesquisa não têm sido suficientes para seduzir professores para as universidades federais em São Paulo.
Levantamento feito pela Folha com base nos concursos para docentes em 2011 e neste ano mostra que 1 em cada 4 processos foram finalizados sem nenhum aprovado.
Esses 59 concursos terminaram “vazios” por duas razões: ou não houve inscritos ou os candidatos não atingiram o patamar exigido em quesitos como prova escrita, análise de currículo e simulação de aula.
Faltaram aprovados para seleções de diversas áreas, como psicologia, engenharia, saúde, ensino e economia.
Como comparação, a reportagem contabilizou na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) 1% de concursos “vazios” no período.
Os docentes da rede federal afirmam que a falta de atratividade é reflexo dos baixos salários e de uma carreira ruim.
A categoria está em greve nacional há um mês e meio, com adesão de 95% das escolas, segundo a organização. O governo não tem balanço.
O salário inicial para um professor com doutorado, em dedicação exclusiva, é de R$ 7.627 na rede federal.
Na USP, Unesp e Unicamp (todas estaduais), um docente em posto similar ganha R$ 1.100 a mais, além de ter dispositivos que aceleram os aumentos (como quinquênios).
Reitores das federais reconhecem que as condições a seus professores não são as ideais, mas dizem que os cursos ficam “vazios” devido à escassez de doutores no país.
O Ministério da Educação faz avaliação semelhante.
A rede federal precisa contratar porque está em forte expansão no Estado. As matrículas praticamente dobraram entre 2007 e 2010.
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